encosta de difícil acesso, a cerca de 500 metros abaixo da trilha. O resgate, que durou quatro dias, foi dificultado pelas condições climáticas adversas e gerou fortes críticas por parte da família da vítima. Os parentes alegam que houve lentidão, desorganização e falta de estrutura por parte das autoridades locais.
“Eles conhecem o clima da região e, mesmo assim, não foram ágeis. Foi tudo muito lento, sem competência e sem estrutura”, desabafaram os familiares nas redes sociais.
Antes mesmo de saber da confirmação da morte, o pai de Juliana, Manoel Marins Filho, embarcou em uma longa e angustiante viagem com a esperança de encontrá-la viva. Saindo de Lisboa em direção a Bali, ele chegou a gravar um vídeo pedindo orações e relatando os atrasos no voo causados pelo fechamento do espaço aéreo do Catar, em razão de ataques no Oriente Médio.
Em outro momento, já na segunda-feira (23), Manoel publicou uma mensagem de agradecimento à solidariedade recebida de amigos, desconhecidos, da embaixada brasileira em Jacarta e até mesmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A irmã de Juliana, Mariana, também manteve a esperança até o fim. Em entrevista ao Fantástico, ela disse acreditar na possibilidade de a jovem ser encontrada com vida. No entanto, as condições da trilha e a gravidade da queda tornaram esse desejo impossível.
A morte de Juliana Marins chama a atenção para os riscos envolvidos em trilhas em áreas de difícil acesso, especialmente em regiões montanhosas e vulcânicas como o Monte Rinjani. Segundo registros locais, nos últimos cinco anos foram contabilizados mais de 180 acidentes na região, com ao menos oito mortes.
A tragédia reacende o debate sobre a necessidade de protocolos de segurança mais rigorosos, infraestrutura adequada de resgate e melhor preparo dos guias turísticos.
A família de Juliana, devastada pela perda, encontrou consolo na solidariedade de centenas de pessoas que acompanharam a campanha por seu resgate.
A comoção nas redes sociais foi grande, com homenagens à jovem e mensagens de apoio à família. A última publicação da página oficial da campanha anunciando sua morte recebeu milhares de comentários de pesar.
Juliana Marins parte deixando uma lembrança de coragem, alegria e amor pela vida. Seu espírito livre e aventureiro tocou pessoas em diferentes partes do mundo. Que ela descanse em paz, e que sua história sirva de alerta e reflexão sobre segurança e empatia.